Quando o nosso planeta ainda era um continente só (a chamada Pangeia) ficava muito fácil dos animais do período irem de um ponto ao outro. E, segundo cientistas, foi o que aconteceu com os dinossauros do período Triássico, como é o caso dos sauropodomorfos.
Fósseis indicavam que esse grupo antigo de herbívoros pescoçudos – que deu origem, depois, a gigantes como brontossauros e braquiossauros – era natural da América do Sul, e teria alcançado a ponta oposta da América entre 225 milhões e 205 milhões de anos atrás.
Mas um novo estudo, assinado por pesquisadores americanos e publicado na revista PNAS, conseguiu cravar uma data mais precisa para essa chegada. Vindo do norte da Argentina e do sul do Brasil, o grupo de dinossauros peregrinos cruzou 10 mil quilômetros e começou a viver na Groenlândia há 214 milhões de anos.
O cenário climático que motivou a viagem era extremo. A concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera no Triássico Superior (há 233 milhões de anos) beirava os 4.000 ppm (partes por milhão), dez vezes maior que a atual.
“Sabemos que com mais CO2, o seco fica mais seco e o úmido fica mais úmido,” disse em comunicado Dennis Kent, paleontólogo da Universidade Columbia que, em parceria com Lars Clemmensen, da Universidade de Copenhague, assina o estudo. Esse cenário favorecia processos como a desertificação e dificultava o crescimento de plantas – um golpe certeiro na dieta dos grandalhões herbívoros, que acabavam partindo para o norte em busca de alimento.
Fonte: Super Interessante
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